A história oficial de Moçambique que é ensinada nas escolas, à semelhança de qualquer outro país procura enaltecer certas personagens que simbolizam a identidade nacional. A escolha recai, neste caso sobre os negros que de uma forma ou outra resistiram ao colonialismo.
Uma das causas que desencadeou a grande resistência na segunda metade do século XIX foi precisamente pelo facto de Portugal ter proibido o tráfico de escravos e escravatura e Estes africanos sentiram-se ameaçados no modo de vida.
História de Moçambique antes e depois da independência |
A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanj" da "Bilad as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.
Vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais importante dessa pré-história foi a fixação nesta região dos povos bantu que, não só eram agricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro, entre os séculos I a IV. Entre os séculos X e XIX existiram no território que actualmente é Moçambique vários estados bantu, o mais conhecido dos quais foi o império dos Mwenemutapa (ou Monomotapa).
A Penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX, a uma verdadeira administração colonial. Foi Pêro da Covilhã o primeiro português a contactar com os povos desta região, quando em 1489 procedia à recolha de informações sobre o tráfico e a navegação para a Índia, conforme mandado de D. João II.
No século XVI os portugueses estabelecem-se nesta região, que foi sempre considerada estratégica na rota do caminho marítimo para a Índia. A sua presença confinou-se à faixa do litoral, em especial a dois pontos estratégicos: Sofala e a Ilha de Moçambique, tendo em ambos criado feitorias e fortalezas. Ao longo do século foram construídas outras feitorias-fortalezas de menores dimensões, como a de Sena (1531), Tete, Quelimane e Inhambane. Mas entre todas, a mais importante foi a da Ilha de Moçambique, criada por Vasco da Gama na sua segunda viagem à Índia. Nesta Ilha surgiu uma verdadeira cidade cosmopolita. A administração das possessões portuguesas em Moçambique estiveram até meados do século XVIII sob a administração do governador da Índia,
A exploração do interior de Moçambique pelos portugueses foi muito lenta, e limitou-se quase sempre à procura de Ouro, no reino do Monomotapa. Os principais produtos de comércio eram o marfim, o cobre e os escravos.
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